Saiba como foi o “Encontro Valorização da Vida e Saúde Mental”
Nesta segunda feira (23) aconteceu no Centro de Cultura e Estudo em Segurança da Coligação dos Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro (COLPOL-RJ), o Encontro de Valorização da Vida, no qual o tema prevenção ao suicídio foi abordado de amplos pontos de vistas.
O evento que contou com a participação de policiais de diversos setores e escalões, contemplou primariamente a saúde dos profissionais de segurança pública e teve como base o estudo da Dra. kylza Estrella, médica em saúde especializada em cuidados com idosos com mais de 15 anos de experiência em políticas públicas.
Dra. Kylza compartilhou que uma vez convidada para palestrar sobre a realidade policial, ficou bastante impactada com o cenário social e as formas de interação para mudar esse cenário tão peculiar.
Os dados mostraram que o segundo maior gasto das empresas é com saúde e a gestão de saúde dos funcionários está ligada diretamente à saúde física e pouca a saúde mental. A criação de um comitê de saúde nas instituições busca o planejamento das ações coletivas de e da disseminação de uma cultura de saúde começando direto com saúde mental. A melhor forma de reverter essa situação é mudando a cultura. Com intervenções coletivas e não só individuais. Não adianta oferecer um psicólogo se as altas patentes não apoiam a ida dos níveis hierárquicos mais baixos, precisamos capacitar os líderes para que se tenha espaço para o cuidado.Citou a médica.
Dados apresentados na palestra mostram o Brasil como o país mais ansioso do mundo onde até 2030 os transtornos mentais e as doenças cardiovasculares serão as forças com maior parcela econômica no mundo. A psicóloga Sofia Martins citou alguns números assustadores para a categoria policial, onde se comprovam que a terceira causa de afastamento é a saúde mental, onde todos estão sujeitos a isso podendo os homens estar sujeitos à irritação e mulheres a sensibilidade, gerando inaptidões para as relações afetivas, sociais e laborais.
Policiais estão mais suscetíveis a fatores de riscos a doenças mentais como: Dupla jornada, trabalhos noturnos, exposição ao perigo, julgamento social, acarretando em 60% acima do peso, transtornos no sono, isolamento social (fonte Minayo).
Katia Sodré colaboradora Grupo de Estudo e Pesquisa em Suicídio e Prevenção (GEPeSP) e mãe sobrevivente (nome atribuído à mães que passaram pela perda de um filho proveniente de suicídio), compartilhou a sua história de dor e resiliência onde os enlutados e sobreviventes são carentes de abraços e acolhimentos, hoje encontra poder nas próprias feridas para curar outras pessoas e auxiliar na prevenção do suicídio de outros.
É urgente que se faça alguma coisa no campo da saúde mental no nosso país, essa chance é imperdível. Precisamos incentivar a fala e organizar essa estrutura que ainda não existe, pois o campo da violência vai também para as escolas e jovens, eles estão se matando, todos nós estamos suscetíveis a isso. Ainda hoje falta muita informação. Expôs Katia.
Desde 2015 que o setembro amarelo foi aderido no Brasil pelo Centro de Valorização da Vida (CVV) e com treinamento de 9 a 12 semanas, os profissionais voluntários como a representante Norma Pinto, ajudam milhares de pessoas.
A voluntária Norma em sua palestra apresentou dados chocantes: O CVV atendeu 3 milhões de pessoas em 2018, no Brasil acontecem 32 suicídios por dia no Brasil.
Antigamente os idosos eram nosso maior público, hoje em dia os jovens têm aumentando os índices das nossas ligações desde 2002 e não temos uma explicação concreta, mas o bullying vem sendo o item mais abordado. Citou Norma.
É importante que se tenha um equilíbrio entre todas as áreas da vida para que de fato o emocional não seja sobrecarregado. O mês de setembro enfatiza um período de atenção à saúde mental, mas é necessário também ocorra o engajamento para o bem estar em todos os outros meses.
A COLPOL e o NUPISAÚDE se disponibilizam em auxiliar e orientar da melhor forma possível seus coligados e sindicalizados do SINDPOL para os serviços da Rede de Atendimento Popular, onde o policial encontra a oportunidade de obter serviços de saúde de referência a preços populares e próximos às suas localidades. A faixa de preço varia de 30 a 60 reais, sendo o valor final acordado entre profissional e paciente.
Em breve no nosso canal do YOUTUBE você poderá assistir na íntegra todas as palestras ministradas neste dia.
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