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Núcleo de Pesquisa e Intervenção em Saúde, do Sindpol-RJ e da COLPOL-RJ, realiza nova palestra

admin Comente 22.06.18 1732 Vizualizações Imprimir Enviar

Aconteceu na manhã desta 4ª feira, 20/06, na sede cultural da COLPOL, a palestra “Sistema de Informação em Saúde do Trabalhador: apoio à redução dos riscos inerentes à atividade policial”.
De iniciativa do SINDPOL-RJ e da COLPOL-RJ, o evento teve como objetivo falar sobre a importância da sistematização das informações sobre a saúde do trabalhador policial civil.
A palestrante convidada foi Meire Cristine de Souza, Comissária da Polícia, mestre em Sistema de Gestão, doutora em Políticas em Gestão de Segurança e membro pesquisadora do Grupo de Estudo e Pesquisa m Suicídio e Prevenção (LAV/UERJ).
“A legislação de Saúde do Trabalhador não é só para a iniciativa privada, não. É para o servidor público, também, já que a lei fala da universalidade dos fatos. A Constituição de 1989 fala sobre a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. Então, o policial civil tem que ter isso garantido, também. Pensar assim, agir assim é focar na prevenção. Não adianta termos números se esses números não servem para nos passar uma informação adequada, se eles não servem para descobrirmos as causas e minimizarmos os riscos. A gente não quer que esses números sirvam apenas para estatística ou para notícia em jornal. A gente quer uma sistematização dessas informações para que isso nos garanta uma efetiva política pública preventiva”, afirmou Meire.
A psicóloga Natália Troise, coordenadora do Núcleo de Pesquisa e Intervenção em Saúde do Policial Civil, elogiou a fala de Meire: “Uau, parabéns! Que forte, que importante termos uma fala como a sua, que além de pesquisadora, conhecedora do assunto, é alguém de dentro da Polícia e sabe muito bem a realidade vivida por esses servidores. Você foi perfeita em suas colocações”, analisou Natália.
Fábio Neira, presidente em exercício do Sindpol-RJ, também elogiou a colega: “Muito bom ver esse auditório lotado, novamente. Isso mostra a importância desse núcleo, desse trabalho. E muito me deixa feliz ver que uma colega das antigas está hoje aqui à frente da palestra. Que vocês voltem mais e mais e que possam ser também multiplicadores da informação de nossos encontros e nossas ricas discussões aqui nessas palestras”, disse Neira.
Marcio Garcia, diretor de Interesse de Classe da Colpol-RJ, também comentou: “Parabéns, Meire. Deu um banho. Mostrou que conhece o assunto e que está de frente aí na luta pela nossa qualidade de vida e por melhores condições no ambiente de trabalho. Bom ver o pessoal da base dando show assim. Sua fala foi muito importante e mostrou o que a Colpol e o Sindpol já vêm fazendo: provando, mostrando que o Estado precisa responder civil e criminalmente por não nos garantir esses direitos. Já inclusive provocamos o MPT (Ministério Público do Trabalho) para isso. É isso, estamos no caminho certo. A gente vai continuar a luta.”
Na palestra desta quarta-feira, foi a vez que o público presente mais participou, mais quis falar, o que foi sinalizado, claro, como algo muito positivo.
Luis Teixeira, Inspetor da Polinter, iniciou a participação da plateia: “Vocês estão de parabéns. Muito bom ter momentos como esse, trocar ideia, expor nossas dificuldades, nossa realidade no dia a dia da profissão. Gostei muito. Fica como dica a sugestão de transmitir pela internet os encontros. Assim, quem não pôde vir, pode acompanhar do trabalho mesmo a palestra. Isso é bom porque dissemina a informação.”
A Investigadora Hana Cagy, também fez questão de falar: “Nosso encontro hoje me lembrou um poema de Marina Colasanti: “Eu sei que a gente se acostuma, mas não devia.” E é isso o que a gente vive diariamente. A gente sabe que nossas condições de trabalho estão péssimas, mas a gente continua e acaba se acostumando. Eu sei que tem um monte de coisa errada, mas a gente se acostuma. Eu sei, eu sei, mas a gente se acostuma e vai levando. E não pode ser assim. Essa palestra nos mostrou o que a gente vive no dia a dia. A gente sabe que é assim, que tem muita coisa a ser melhorada, tratada no rigor da lei mas que no fundo não acontece e o que a gente faz? Se acostuma? Não, não pode mais ser assim. A gente tem que sair da nossa zona de conforto e fazer as cosias acontecerem.”
O policial bombeiro, Paulo Mathias, também falou. Ele perdeu uma das pernas em um acidente de trabalho: “Dois colegas morreram e eu perdi a perna em um acidente por causa de uma viatura em péssimas condições. Eu perdi a perna mas sei que isso poderia ter sido evitado. Estou inativo e posso dizer que, se há falta de respeito com as condições de quem está na ativa, vocês imaginem com quem está inativo. Por isso, peço a todos que lutem também pelos inativos. Se ainda há muito o que se lutar pelos ativos, há também muito mais ainda a se lutar pelos inativos.”

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