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SÉRIE DE REPORTAGENS DO JORNAL “O GLOBO” APONTA QUE O ABANDONO DA POLÍCIA CIVIL EXPLICA O CAOS NA SEGURANÇA PÚBLICA DO RJ

admin Comente 09.02.18 1855 Vizualizações Imprimir Enviar

O presidente do SINDPOL-RJ e diretor de interesse de classe da COLPOL-RJ, Marcio Garcia, foi procurado pelo jornal O GLOBO para comentar sobre o sucateamento da PCERJ, em especial a situação irregular de nossas viaturas, bem como sobre a política de segurança adotada nos últimos anos, pelos governos estadual e federal, que privilegia apenas o confronto e a ostensividade, abandonando a investigação e a inteligência da Polícia Civil.

Este cenário se demostrou catastrófico, fazendo com que a população sofra com esse equívoco, que parece continuar, visto a política do “mais do mesmo” que está sendo anunciada como fórmula mágica através do novo plano nacional de segurança.

É fundamental que o Governo do Estado e a União finalmente entendam, após tantos erros, a necessidade de se ouvir quem realmente entende de Segurança Pública: os policiais da ponta! Esses que nunca são lembrados, sempre preteridos pelos burocratas e “especialistas” da vez.
Fazer polícia não é tarefa para amadores e curiosos. Demanda muita experiência e investimentos pesados, sendo um serviço especializado e caro.

Nesse contexto, a investigação policial e técnico-científica, que desnude o crime organizado em suas fontes de financiamento, junto com uma atuação menos garantista e mais realista do Poder Judiciário e do Ministério Público, são a única solução viável, a médio e longo prazo, para que possamos recolocar o Estado em níveis aceitáveis de criminalidade, longe dessa barbárie fora de controle que atravessamos.


“CARROS EM PÉSSIMO ESTADO

A execução orçamentária de 2017 mostra a dificuldade que a Polícia Civil enfrenta para tentar cumprir os cerca de 16 mil mandados de prisão que são expedidos anualmente pela Justiça. Segundo o Siafe-Rio, estavam previstos R$ 45.114 para a gestão de sua frota — valor quase insuficiente para a compra de um carro popular (um Ford Ka 1.0, por exemplo, custa R$ 40 mil). No entanto, a corporação não recebeu um único centavo nessa rubrica. Sua garagem, na Praça da Bandeira, é um retrato da situação calamitosa de veículos que poderiam estar sendo usados em investigações. Dezenas estão parados por falta de peças para conserto ou simplesmente viraram sucata.

— O quadro é ainda pior do que o visto na garagem. Infelizmente, a frota da Polícia Civil se encontra irregular, sem licenciamento em dia — denuncia Marcio Garcia, presidente do Sindicato dos Policiais do Estado do Rio de Janeiro (Sindpol).”

“…Na opinião de Marcio Garcia, presidente do Sindpol, a crise enfrentada pela corporação não é fruto apenas dos problemas financeiros do estado, mas de erros na política de segurança dos últimos anos:

— O sucateamento da Polícia Civil é um fator determinante para a escalada desenfreada da violência em nosso estado, já que gestores estaduais e federais preferem investir na política de confronto, em detrimento da investigação e da inteligência, o que nos traria resultados mais consistentes, com menores efeitos colaterais, devolvendo uma sensação de segurança real para a população.”

Amanhã no GLOBO:
A situação crítica no efetivo das Delegacias da Capital.

Com poucos recursos, Polícia Civil sofre com falta de manutenção de equipamentos

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