Presidente da COLPOL-RJ participa da audiência pública na Alerj que tratou sobre a greve dos Policiais Civis
Representantes das entidades de classe da Polícia Civil participaram na tarde desta segunda-feira, 13/03, da audiência pública que aconteceu na Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) para discutir a greve dos policiais e tentar buscar uma solução que atenda às reivindicações da categoria.
Protocolada pelo deputado Zaqueu Teixeira, a audiência pública foi aprovada pela deputada Martha Rocha, que preside a comissão. Ela abriu a sessão lamentando a ausência do secretário de Segurança, Roberto Sá: “Nosso objetivo é a construção de um canal de diálogo. Lamento a ausência do secretário de Segurança. Como titular da pasta, a presença dele era essencial nesse processo de mediação”, afirmou Martha passando a palavra aos outros integrantes da mesa e demais participantes da audiência: os deputados Zaqueu Teixeira, Paulo Ramos e Gustavo Tutuca; Carlos Leba, chefe da Polícia Civil; Murilo Leal, chefe de gabinete da Secretaria de Governo; o deputado Flávio Bolsonaro; Fábio Neira, presidente da Colpol-RJ; Márcio Garcia, presidente do Sindpol-RJ; Marco Antônio, presidente da Appol; Denise Rivera, presidente da Aperj e Rafael Barcia, presidente do Sindelpol-RJ.
Fábio Neira, presidente da COLPOL-RJ (Coligação dos Policiais Civis) foi o primeiro representante de entidade a falar: “A discussão aqui não é por melhorias ou privilégios. É por direitos. Direitos devidos nossos. Direito alimentar, respeito, dignidade. Estamos todos nós policiais civis passando por um sofrimento contínuo, incessante. E quando nos ferem em nossos direitos indispensáveis, a greve é o que nos resta” afirmou Neira em tom bastante emocionado.
Carlos Leba, chefe da Polícia Civil, disse que reconhece o pleito dos policiais como absolutamente legítimo, que existem esforços por parte do governo no sentido de regularizar os pagamentos, mas não aventou nenhum calendário de pagamentos: “Por duas vezes, o governo tinha pretensão de pagar tudo que é devido, mas aconteceram os arrestos. Não dá pra pensar em cronogramas viáveis com todo esse cenário.”
Já Murilo Leal, chefe de gabinete da secretaria do Governo, acredita que essa semana seja mais decisiva para o avanço das negociações. “O esforço do governo tem sido grande para poder regularizar o calendário de pagamentos. Mas fica muito difícil para o governo estabelecer um calendário em função dos arrestos. Esperamos que essa semana seja decisiva, muito pela posição do ministro Luiz Fux. Em relação a um novo calendário, seria leviano de minha parte divulgar, pois pode não ser cumprido e teríamos mais frustrações.”
Diante da fala dos representantes do governo estadual, o deputado Zaqueu rebateu: “É fundamental que o governo estadual apresente uma solução. Não ter nenhuma proposta de calendário, nada de concreto deixa tudo muito mais difícil e complicado. O movimento não está sendo intransigente, nada disso. A saída desse movimento está nas mãos do governo”, disse Zaqueu.
O deputado Paulo Ramos também frisou a falta de diálogo por parte do governo e comentou: “O movimento grevista dos policiais tem sido vitorioso, mas acho que os policiais devem radicalizar. Se não fosse o movimento, parte do que é devido não teria sido minimamente paga. Essa condição que estamos permite que o governo se exceda no abuso e isso não é aceitável.”
Diante da falta de avanço nas negociações e da ausência do secretário de Segurança na audiência pública, ficou decidido que uma nova audiência será marcada para breve, provavelmente já na semana seguinte, em data a ser marcada, afirmou a deputada Martha Rocha, presidente da Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia da Alerj.