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A Polícia Civil pede socorro

admin Comente 28.06.17 1740 Vizualizações Imprimir Enviar

Sucateamento total. Falta de pagamento do 13º, RAS e metas; atraso nos salários; viaturas sem manutenção e licenciamento; efetivo de aproximadamente 9,5 mil   policiais quando deveria ser de 23 mil, ou seja, mais que o dobro; policiais sobrecarregados e estressados com todo esse cenário, o que acarreta em aumento do números de tragédias, como suicídios e homicídios familiares; falta de estrutura mínima para funcionamento das delegacias, inclusive com cidadãos e organizações se cotizando para arcar com esses materiais, como papel e tinta para impressora, por exemplo; falta de amparo psicológico do Estado aos integrantes da instituição; falta de treinamento e reciclagem.

A realidade da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro é essa. Chegamos ao fundo do poço e estamos pedindo socorro.

O lado “positivo”, se é que se pode falar assim, é que com esse agravamento da crise e com nossas mazelas expostas, a população e a imprensa, hoje, conhecem nossa situação de penúria. Portanto, nos apoiam.

A COLPOL e o SINDPOL há muito tempo estão na luta para que esse quadro se resolva. Através da luta sindical e classista, vem mobilizando a categoria e lutando politicamente para melhorar a situação de nossos policiais civis. “A Coligação e o Sindicato já falam sobre esse sucateamento da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro desde a virada de 2015 pra 2016, passando pelas Olimpíadas. Foi assunto muito discutindo durante nossa recente e histórica greve de 78 dias. Tanto é que procuramos o Ministério Público do Trabalho para também denunciar isso. E logo após a nossa denúncia, o Ministério Público do Trabalho se reuniu com o Ministério Público Estadual e começamos juntos a trabalhar em cima dessa questão. Além do sucateamento, outro ponto que muito nos preocupa e precisa ser debatido é a saúde laborativa dos policiais civis do Rio de Janeiro. Nossa luta agora será principalmente voltada para o saneamento da saúde mental de nossos policiais”, afirmou Fábio Neira, presidente da COLPOL.

Marcio Garcia, presidente do SINDPOL, ratificou as palavras de Neira: “Estamos alertando para o sucateamento da Polícia Civil e a situação de abandono dos nossos policiais desde o final de 2015, com o agravamento da crise política e financeira, culminando com o pedido de mediação do SINDPOL ao MPT e MPE, no início da nova gestão, onde os promotores e procuradores tomaram ciência e iniciaram as diligências para cobrar do Executivo a resolução desses problemas estruturais”, disse Marcio.

Neira salientou outro ponto importante: “A polícia civil é quem investiga os crimes, desarticula as quadrilhas, acaba com o crime. Para isso, precisa estar aparelhada para trabalhar. Precisa de efetivo e de condições materiais, físicas e psicológicas para trabalhar. Não criar condições mínimas e adequadas para esse bom funcionamento da Polícia Civil é deixar o cenário de violência crescer”, desabafou Neira.

Nos próximos dias, o Jornal O Dia fará uma série de reportagens sobre o atual cenário de penúria vivido pela PCERJ. Na semana anterior, falou sobre a situação igualmente lamentável da PMERJ na série “Rio Sem Polícia”. Leia, se informe, acompanhe. É uma boa forma de você saber como andam sucateadas as polícias estaduais do Rio de Janeiro. Só com informação é que conseguiremos mais apoio e força para continuarmos na luta.

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