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Nesta 4ª feira, COLPOL foi o polo de distribuição de cestas básicas aos servidores

admin Comente 19.07.17 1746 Vizualizações Imprimir Enviar

Nesta 4ª feira, COLPOL foi o polo de distribuição de cestas básicas aos servidores

 

 

O relógio marcava 05:55h da manhã, a chuva caía fina e ainda estava escuro. Mesmo assim, quatro pessoas já faziam fila na porta da Coligação dos Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro (COLPOL) para receber a doação de uma cesta básica. Eram servidores do estado que, por causa da falta de pagamento dos salários, estão passando por muitas dificuldades, inclusive para pôr comida na mesa. Para minimizar um pouco esse sofrimento, o MUSPE (Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais) iniciou no sábado a campanha de doação de cestas básicas, assim como já havia feito no Natal.

Nesta 4ª feira, a sede cultural da COLPOL foi o polo de distribuição de cestas básicas aos servidores. O horário marcado para iniciar a entrega era às 9h, mas desde muito cedo a fila já se formara. O senhor Cosme Damião dos Santos, de 59 anos, morador de Caxias e servidor da área da Saúde, foi o primeiro a chegar. “Moro longe, está esse frio danado, mas a necessidade não espera, não é, minha filha. Então, decidi vir hoje, mesmo. Essa cesta básica é uma ajuda e tanto para a gente. É uma situação humilhante, uma revolta estarmos passando por isso. Mas já que chegamos a esse ponto, a vergonha tem que ficar de lado e a gente tem que vir aqui receber a cesta, sim. É uma ajuda bem-vinda. Tomara que ela continue”, disse sr. Cosme.

Também da área da Saúde, a servidora Denise Pereira, de 49anos, estava revoltada: “A gente trabalha a vida inteira, dá um duro danado pra viver dignamente e vem esse governo maldito fazer isso com a gente. Revoltante, humilhante. Enquanto isso, Senhor Pezão está lá em um spa de luxo. Nossa, só pode ser piada de mau gosto. Só pode ser ingratidão, certeza da impunidade. Uma corrupção dessas, os servidores pagando o pato e ele lá, curtindo férias relaxadão”, desabafou Denise.

O servidor Carlos Alberto Pereira, de 62anos, aposentado da área da Saúde, também chegou bem cedo, antes das sete da manhã. Com problemas de saúde e muitos gastos com remédios, ele disse que receber a cesta básica é uma ajuda importante: “Sou cardíaco e minha mulher sofre de Alzheimer. Os gastos com remédio lá em casa são altos. Se não fossem os familiares e amigos, nem sei como estaríamos vivendo. É muito triste tudo isso. Mas que bom que ainda tenho forças pra vir aqui buscar a cesta e continuar lutando. Espero que essa campanha continue enquanto nossos salários não forem regularizados. É essa comida que estamos tendo, atualmente. É a nossa triste realidade de servidor do estado do Rio, infelizmente.”

Segundo Marcio Garcia, presidente do SINDPOL, é fundamental que a campanha continue, ganhe força e possa assim ajudar mais e mais servidores necessitados: “Faço um apelo à população, às empresas, a todos que possam ajudar doando cestas básicas. Nós, servidores da Segurança, estamos em uma situação um pouco mais confortável do que os demais colegas do Estado. Estamos com 13º atrasado, mas nada se compara aos três meses de salário em atraso que muitos servidores estão. Então, é importante nos unirmos e nos ajudarmos. Esse movimento de solidariedade é importante.”

Fábio Neira, presidente da COLPOL, lembrou que a campanha do MUSPE tem quatro polos de distribuição e arrecadação das cestas e que todos precisam de ajuda: “Aqui na COLPOL somos o polo da Segurança, mas todo servidor pode pegar sua cesta aqui. E quem quiser, pode doar aqui ou em outros polos. O importante é ajudar, é fazer parte dessa rede de solidariedade. Vamos continuar com a campanha até que os salários sejam pagos. Só aqui, hoje, tínhamos 400 cestas para doação. Foi bonito, mas vamos, com o boca-a-boca e a ajuda da imprensa, encorpar a campanha e toda semana termos um número ainda maior de cestas para doar, pessoal. Contamos com a ajuda de todos ”, disse Neira.

Para que toda a campanha aconteça, o MUSPE conta com o apoio de uma rede de voluntários. Pessoas ligadas aos sindicatos que compõem o MUSPE e demais servidores que, mesmo passando por dificuldades, fazem questão de ajudar. É o caso, por exemplo, da servidora da Educação, dona Célia Pascorelli, de 60 anos: “Ontem, fui ao SEPE pegar a minha cesta básica. Hoje, estou aqui na COLPOL ajudando o pessoal do MUSPE no que eu posso. É um momento de muita dificuldade para todos nós. Por isso, a união, a generosidade e a compaixão devem prevalecer para que possamos minimizar a dor um do outro”, disse bastante emocionada, já com a voz embargada.

Às sextas-feiras, a distribuição de cestas acontece na UENF, em Campos; aos sábados, no Sind-Justiça; às terças, no SEPE e às quartas, na COLPOL.

Hoje, 327 servidores foram à COLPOL pegar sua cesta básica. Neira acredita que se não tivesse chovido tanto, esse número teria sido ainda maior. Por isso, ele pede, reforça o pedido para que todos que puderem, ajudem, doem alimentos não perecíveis e material de higiene para as cestas básicas.

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